A Borboleta e o Estomago

Você já se sentiu nervoso sobre algo que está para acontecer? Ou mesmo alguém que iria conhecer? Possilvemente já expirimentou a famosa sensação de “borboletas no estômago”.

Essa é uma sensação de náusea e nervosismo sentida na barriga. Mas, não consideramos a literal presença de borboletas, existe uma explicação totalmente científica para este fenômeno, que envolve o sistema nervoso do corpo humano, segundo as informações do fisiologista Bradley Elliott, que publicou um artigo original pela The Conversation.

O corpo é inteligente

Vamos considerar de início que o corpo humano é auto suficiente para cuidar de si mesmo. Sem a nossa ajuda regula a frequência cardíaca, fluxo sanguíneo e a distribuição de nutrientes, sem qualquer intervenção nossa, conscientemente, este é um processo executado pelo sistema nervoso autônomo SNA.

Podemos dividir o SNA em dois tipos: Simpático e Paras simpático – também entendido como: sistema de luta e fuga e descanso e digestão. Ambos estão sempre ativos e atuam  um contra o outro. O sistema Simpático (de luta e fuga) se responsabiliza pelo aumento da frequência cardíaca no corpo, já o Paras simpático (descanso e digestão), o reduz. Assim, o batimento cardíaco é, na verdade, o equilíbrio entre as atividades destes dois ramos do SNA.

Quando do domínio do ramo Paras simpático sentimos satisfação e sonolência após o almoço. Porque, uma parte do nosso fluxo sanguíneo é direcionado ao estômago, e somos incentivados pelo SNA a nos sentar ou deitar para permitir a digestão.

A Luta e a fuga 

Mas qual a ligação disso com as borboletas?

Uma das funções mais importantes do SNA é nos alinhavar ao que pensamos que pode acontecer a qualquer momento, nos dando uma vantagem evolutiva. Imagine você se depando com um tigre. Essas são suas únicas opções: lutar, correr ou, mais provável, congelar-se pelo medo. Desta forma, no momento que o sistema Simpático (luta e fuga) entra ação, torna -se dominante em relação ao Paras simpático. Causando a liberação da adrenalina, aumentando a frequência cardíaca e o sangue é bombeado mais rapidamente, também são liberados maiores quantidades de glicose no fígado e o sangue é redirecionado do intestino para os músculos dos braços e pernas. Toda essa operação nos deixa pronto para a ação: que, em geral, será de defesa ou fuga.

Mas isso causa escassez de sangue no intestino que vem acompanhada de um efeito colateral importante – a digestão é diminuída. Isso se dá pois os músculos que circundam o estômago e também o intestino, atrasam a mistura de seus conteúdos parcialmente digeridos. Assim os vasos sanguíneos contraem-se e é reduzido o fluxo de sangue nos intestinos.
Ao que, a adrenalina, causa a compressão da maior parte da parede do intestino, dando-se a redução da digestão, relaxando um músculo muito específico: Esfíncter anal externo. Por esta razão podemos sentir uma urgente necessidade de ir ao banheiro. Essa redução do fluxo sanguíneo no intestino, por sua vez, produz a famosa sensação de “borboletas na boca do estômago”.

É por intermédio dessa sensação de falta de sangue, além de oxigênio, que os nervos sensoriais do estômago nos avisam que o órgão não está feliz com a situação. Mas e por que “borboletas”? A resposta é simples: A sensação que toma o estômago é melhor descrita pela “agitação” dos insetos, o que certamente se popularizou entre várias culturas.




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